Você tem planos na vida? Todo mundo tem alguma ambição, mas nem todos conseguem atingir seus objetivos. Os motivos para isso variam, mas há uma ferramenta vital que serve a absolutamente todos, e que pode aumentar absurdamente as chances de os planos darem certo: um planejamento financeiro.
Pense numa empresa bem-sucedida. Você não precisa nem conhecer as engrenagens internas dela para saber que existe gente lá dentro que é paga para
- contar os custos de produção
- tentar economizar o máximo possível nos insumos
- tentar produzir algo pelo que os clientes estejam dispostos a pagar o máximo possível.
Esse esforço se traduz em registros, como os balanços, os relatórios de análise e os orçamentos.
Está bem, bela história. Mas onde entra o meu dinheiro e o bem-estar da minha família? E o planejamento financeiro familiar?
Orçamento familiar: o trampolim para
Embora possa não parecer à primeira vista, uma família funciona como uma empresa, do ponto de vista financeiro. Todas as ações e vontades dos membros dessa família dependem de dinheiro, direta ou indiretamente.
A força de trabalho dos adultos é o “produto”, pelo qual o empregador paga um preço (salário); os alimentos da casa e as fraldas do bebê são parte da despesa fixa; o dinheiro para o cinema dos filhos adolescentes é parte da despesa variável, e por aí vai.
Assim como uma empresa, há meses em que manter uma família exige apertar o cinto dos gastos e até ficar no vermelho. E há também meses de vacas gordas. Mais uma vez, exatamente igual a uma empresa: nem todos administradores conseguem economizar ou gastar na hora certa.
Numa casa ou numa empresa, projetos grandiosos podem exigir empréstimos ou financiamentos para se viabilizarem. A diferença fundamental entre a empresa e a família é que, quando uma empresa declara falência, cada empregado vai para o seu lado, o proprietário absorve a dívida e a vida continua. Já na família…
Em resumo, o planejamento financeiro familiar consiste em organizar os ganhos e os custos. Isso é óbvio. O que não é óbvio é o fator tempo.
A “sacada” dessa ferramenta é articular entrada e saída de dinheiro a longo prazo. Enxergar lucros e dívidas com meses de antecedência é tudo o que a maioria das pessoas não consegue fazer, e que as leva a se endividar, gastar dinheiro inutilmente e perder grandes oportunidades.
Organizar para triunfar
Um planejamento financeiro é simples de fazer. A parte mais difícil, com certeza é começar. Frequentemente, pensar em dinheiro dói. Nosso salário sempre parece que poderia ser maior, especialmente consultando o saldo bancário no fim do mês. Mas é necessário enxergar para além de hoje.
Mais uma vez, vale o registro: grande parte das pessoas gasta o dinheiro que ganha sem nem saber o quanto poderia ter economizado e o quanto precisaria gastar de fato. Talvez seja até esse o seu caso. Mas o seguinte planejamento exigirá apenas a dedicação de alguns minutos uma vez por semana para dar resultados que farão grande diferença – enxergar o seu dinheiro.
Para registrar todo o dinheiro que entra e sai da casa, o primeiro passo é pensar no período de tempo do planejamento.
Como as contas e os salários costumam ser mensais, o mais comum é fazer uma tabela de tempo dividida em meses. Já que as famílias costumam planejar férias e contar com o décimo terceiro salário para se organizar, uma sugestão é incluir nessa tabela os doze meses do ano.
Receitas e Despesas
Então, agora temos uma tabela com doze meses. Tudo começa com um saldo inicial no mês. É o dinheiro disponível em caixa para começar o mês e você deve registrá-lo na tabela.
Em seguida, vem o esforço de planejar. Pense em todas ocasiões em que o dinheiro entra ou sai da casa. Classifique-os em uma das duas seguintes categorias:
- Receita: são todos os ganhos. Por exemplo: salário líquido, comissão, rendas com aluguel, rendas com investimentos.
- Despesa: são todos os gastos.
A soma de receitas e despesas de um mês vão resultar no saldo inicial do mês seguinte. Receitas e despesas podem ser fixas (recorrentes todo mês) ou variáveis (não recorrentes). As fixas são as previsíveis, mas você vai ter que estimar as variáveis.
Por exemplo: os ganhos podem ser previsíveis, como no caso de um salário e de rendas, ou imprevisível, no caso dos ganhos de trabalhadores autônomos e comissões.
Por outro lado: todos pagadores de conta concordarão que os boletos não param de chegar. Felizmente, essa constância é bastante útil para o planejamento financeiro familiar. Fazer uma lista com gastos habituais nos ajudará a calcular, antes de gastar, o valor total das despesas fixas.
Apenas para citar algumas possibilidades, existem: aluguel, contas de luz, água, internet, mensalidade escolar, gastos com alimentos, gastos com combustível e mensalidade da academia.
Se a família concentra certos gastos fixos no cartão de crédito, o item “cartão de crédito” também pode integrar essa lista. Se uma parte do dinheiro é reservado a uma poupança, ele pode ser contabilizado no campo das despesas.
Lucros, dívidas e a análise do planejamento financeiro familiar
Agora, vamos aos lucros e às dívidas. O melhor jeito de entender esses dois conceitos é respondendo à seguinte pergunta: somando as receitas e as despesas da casa, o resultado foi positivo ou negativo?
Se foi positivo, então é um lucro; se foi negativo, então é uma dívida. Esse resultado, seja lucro ou dívida, será o saldo inicial do mês seguinte.
Uma vez postas as informações na tabela de planejamento financeiro, ficam mais claras as perspectivas de lucro ou de endividamento durante o ano.
Embora a ideia seja deixar as entradas e saídas de dinheiro mais previsíveis para tomar decisões domésticas, é importante perceber que a tabela será dinâmica, conforme as necessidades. Revisões e eventuais alterações semanais são bem-vindas para adequar a contabilidade às necessidades familiares.
Basta ter bom senso, e não ficar mudando os números de maneira inconsequente o tempo todo.
Logo de cara, o planejamento financeiro familiar já facilita a visualização das finanças. A longo prazo, é um investimento de minutos que se paga com centenas de reais. Por fim, diante de grandes planos e tendo em mente a ideia de contratar um empréstimo, é mais do que uma ferramenta útil: é uma necessidade.